Eu queria o endereço da Terra do Nunca. Você não?
Ah não! Não que eu não queira crescer ou que esteja precisando de uma dose extra do pó da Sininho não.
É que tem tanta gente que eu conheço que não sei de lá, da Terra do Nunca, que é inevitável a curiosidade em conhecer.
É sério! Sou meio Wendy nessa história, sabe? Entre lá e cá eu ainda prefiro o curso natural do rio.
Mas olha! Tenho visto tanto Peter Pan perdido no meio da história que se soubesse o caminho eu mesma fazia umas viagens levando esse povo de volta pra lá.
Crescer não é fácil, de verdade.
Há que se abrir mão de muita coisa, fazer muitas escolhas e com elas muitas vezes assumimos grandes pesos.
Mas, faz parte do processo (inclusive a parte de errar nas escolhas e ter sobre os ombros pesos maiores do que podemos carregar porque é assim que se aprende).
Mas mesmo assim, tem gente que insiste em ficar preso pra sempre na roupinha verde e com sapato engraçado: o eterno Peter.
Sem fazer escolhas, sem abrir mão do fácil, sem ter que decidir nada.
E ai daquele (normalmente é aquela) que achar que pode segurar o voo desses aí. Coitada!
Fico da janela (confesso que nesses casos, a janela é o lugar mais confortável) vendo a história se repetir: a Wendy volta pro mundo real porque sabe que tem que crescer e o Peter, ah! O Peter!
Insiste em ficar na Terra do Nunca com os “meninos perdidos”.
Só vale lembrar que em alguns momentos (vários) da história, o tal do mocinho que não cresce, se pega pensando em sua Wendy e na falta que ela faz, de seu cuidado com ele...de como se divertiam juntos...
É. Pensando bem, não preciso do endereço da Terra do Nunca.
É só eu perguntar prazamigas que voltaram da lá e cresceram deixando os “meninos perdidos” para trás.
publicado originalmente em: Deu Errado!
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