quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Tambores


Dali, não tinha como resistir.
O som dos, a alegria das cores, os movimentos. Toda a atmosfera de festa me envolvia e fui até lá.
Contida, no começo, olhos para o chão. Há muito não passava por isso e tinha medo de não saber mais como agir.
Não precisava. Aos poucos, os movimentos tímidos e os passos controlados foram tomados por sorrisos e saltos. Leveza e alegria como nem lembrava sentir.
E a cada minuto ia sendo tomada pelas sensações e envolvida pelo momento, me entreguei... incômodos e dores apareceram. Mas a magia me pôs em transe e não percebi o quanto me fiz mal.
Eu me machuquei. Sozinha.
A música acabou – sempre acaba. E me sobrou a sensação boa do que vivi acompanhada de pés esfolados, doloridos a ponto de não poder tocarem o chão. A ponto de ter medo de ouvir qualquer outra música e apavorada em pensar nessa entrega doída outra vez.
E sempre dói. As vezes sangra e traumatiza.
Em uma próxima, me talvez eu vá mas com sapatos. Calçada pra me proteger da envolvente ilusão.
Culpa?
Minha. Deveria desconfiar.
Quem sou eu pra me entregar assim?
Logo cicatriza e talvez, antes disso, eu tente dançar com o amor outra vez.




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